Quando praticamos qualquer atividade física, até mesmo a mais rotineira, como caminhada leve, nosso organismo está usando proteínas. Vendo por esse lado, 90g por dia pode não parecer o suficiente. Mesmo porque precisamos do nutriente para manter músculos saudáveis, órgãos, cabelo, unhas, pele e até os neurotransmissores que trabalham na nossa função cerebral.
Então, será que para pessoas que praticam atividade física mais intensa diariamente esse valor não está muito baixo? “Atletas podem precisar, sim, de mais proteínas, e se beneficiar com o consumo um pouco maior. No entanto, é necessário analisar cada paciente individualmente, para saber a quantidade exata que cada uma deve ingerir”, esclarece Vanessa Leite, nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e psicologia do emagrecimento, de Porto Alegre. Ainda de acordo com a profissional, uma dieta individualizada, focada no aminoácido, pode trazer maiores benefícios, como emagrecimento acelerado, mais saciedade e maior facilidade para manter ou ganhar massa magra.
É por isso que, nos EUA, muitos profissionais lutam para aumentar a recomendação diária, usando o argumento de que os dados nos quais os órgãos regulamentadores se baseiam vêm de pesquisas desatualizadas e não levam em consideração as vantagens recentemente descobertas sobre a proteína, como manutenção do músculo, crescimento e reparo ósseo.
Mas extrapolar os 90g diários sem o acompanhamento de um nutricionista pode causar efeitos colaterais assustadores que vão de deficiência de vitaminas – facilmente tratável – ao câncer. “Além disso, o consumo exagerado pode levar à perda de função renal, disfunção do intestino, mau hálito, irritabilidade e alterações hormonais que modificam o ciclo menstrual”, alerta Pedro Assef, mestre em endocrinologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).